Sites oficiais dos Salesianos: http://www.sdb.org/ (mundial, com opção de idiomas); http://www.salesianos.com.br/(inspetoria em SP); http://salesianosdobrasil.org.br/ (portal); http://www.dombosconobrasil.com.br/(itinerário da urna no BR). A partir desses é possível acessar todos os demais.

22 abril 2006

Dom Bosco - Organização deste blog

Visite também: Dom Bosco Educador

DOM BOSCO EDUCADOR - Blog não oficial

Vida e obra de Dom Bosco (São João Bosco, 1815-1888). Não é um blog oficial, apenas uma singela homenagem a um grande educador e grande santo, modelo para todos. Atualizado em 01/01/2009.

O índice abaixo pretende organizar o blog por assuntos. Estaremos atualizando o mesmo, na medida em que novos post sejam colocados.

Por enquanto, temos quatro grandes partes, subdividida em outras, como abaixo:

1) ESCRITOS DE DOM BOSCO (textos redigidos pelo próprio Dom Bosco):

Sonho dos 9 anos

Início do Oratório Festivo
"Sempre trabalhei com Amor"
Carta de Dom Bosco sobre o Oratório (Carta de Roma)
O Sistema Preventivo na Educação dos Jovens

O caramanchão de rosas
Dom Bosco - Pensamentos
Sonho dos 9 anos (com vídeo) - Eduquemos com o coração de Dom Bosco

2) RELATOS SOBRE DOM BOSCO (textos que mostram a obra de Dom Bosco em seu tempo):
Dom Bosco - Biografia (vida)
Dom Bosco - Bibliografia Básica (livros e sites)
Ação de Dom Bosco - Passeios
• Ação de Dom Bosco - Um dia de liberdade

3) NOS CAMINHOS DE DOM BOSCO (breves histórias de pessoas que seguiram o exemplo de Dom Bosco; biografias de santos e outros em caminho de santidade que viveram o ideal salesiano):
Biografia - Namuncurá
Biografia - Mamãe Margarida
Biografia - Madre Mazzarello
Biografia - Laura Vicuña
Biografia - Domingos Sávio

4) REFLEXÕES DO BLOGISTA:
Repensando a educação através da prática - uma sugestão
Atualidade do Educador Dom Bosco
Outras reflexões estarão na introdução de alguns textos específicos já citados acima.

• Nossa Senhora Auxiliadora

• Dom Bosco Santo - Video (com som)

• Dom Bosco - Singela homenagem
(vídeo com som, produção própria)

• Dom Bosco - Novo Vídeo (singela homenagem) 1º de Janeiro de 2009, produção própria.

Relembrando:
Para outras atualizações, verifique neste mesmo índice.

Importante: imagens (ilustações e fotos) bem como textos de livros ou sites presentes neste blog servem apenas para divulgação e apreciação particular. Caso haja interesse em obter obras completas, favor dirigir-se ao post
Dom Bosco - Bibliografia Básica (livros e sites) para maiores detalhes. Saibamos dar bom exemplo, respeitando as propriedades intelectuais dos outros!
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Dom Bosco - Pensamentos


Alguns pensamentos fundamentais do Educador Dom Bosco para os Educadores de todos os tempos:

"Tenhamos presente que se a força pune o vício, não cura o vicioso. Assim como não se cultiva uma planta tratando-a com aspereza e violência, assim não é possível educar a vontade sobrecarregando-a com um jugo pesado demais".

"O Educador entre os alunos procure fazer-se amar se quer fazer-se respeitar".

"A familiaridade gera o afeto e o afeto produz confiança. Isso é que abre os corações".

" Se queremos saber mandar, temos primeiro saber obedecer, procurando impor mais com o amor do que com o temor".

"Cheios de paciência e de caridade, aguardemos, em nome de Deus, o momento oportuno para corrigir os alunos". "Não castigue ninguém no próprio instante em que se cometeu a falta".

"Que sua língua não fale uma só palavra enquanto tiver o coração agitado".

"Em determinados momentos muito graves, vale mais uma recomendação a Deus, um ato de humildade perante ele, do que uma tempestade de palavras que só fazem mal a quem as ouve e não e não tem proveito algum para quem as merece".

"Pensem sempre naquilo que Deus pode dizer de vocês, não naquilo que de vocês, bem ou mal, podem dizer os homens".

Dom Bosco - Biografia

Nos caminhos de Dom Bosco, muita gente trilhou. Alguns deles foram canonizados (santos), outros beatificados; outros, ainda, declarados "veneráveis" (etapa anterior à beatificação) ou "servos de Deus" (aqueles que tiveram sua causa introduzida oficilamente, no longo caminho que vai até a santidade).

A esses que souberam acolher Dom Bosco em suas vidas, bem como a milhares de outros no mundo inteiro, dedicamos estas páginas "Nos caminhos de Dom Bosco".


Aqui colocamos apenas alguns dos Santos, Beatos, Veneráveis e Servos de Deus. Estes e muitos outros poderão ser vistos no site oficial dos Salesianos: www.sdb.org/ na parte "santidade salesiana" (esse site tem opção de idioma).

A seguir breve biografia de São João Bosco, do site da Paróquia Salesiana Nossa Senhora Auxiliadora: http://www.auxiliadora.org.br/


João Bosco nasceu no Colle dos Becchi, no Piemonte, Itália, uma localidade junto de Castelnuovo de Asti (agora chama-se Castelnuovo Dom Bosco) a 16 de agosto de 1815. Era filho de humilde família de camponeses. Órfão de pai aos dois anos, viveu sua mocidade e fez os primeiros estudos no meio de inumeráveis trabalhos e dificuldades. Desde os mais tenros anos sentiu-se impelido para o apostolado entre os companheiros. Sua mãe, que era analfabeta, mas rica de sabedoria cristã, com a palavra e com o exemplo animava-o no seu desejo de crescer virtuoso aos olhos de Deus e dos homens.

Mesmo diante de todas as dificuldades, João Bosco nunca desistiu. Durante um tempo foi obrigado a mendigar para manter os estudos. Prestou toda a espécie de serviços. Foi costureiro, sapateiro, ferreiro, carpinteiro e, ainda nos tempos livres, estudava música.

Queria vivamente ser sacerdote. Dizia: "Quando crescer quero ser sacerdote para tomar conta dos meninos. Os meninos são bons; se há meninos maus é porque não há quem cuide deles". A Divina Providência atendeu os seus anseios. Em 1835 entrou para o seminário de Chieri.

Ordenado Sacerdote a 5 de junho de 1841, principiou logo a dar provas do seu zelo apostólico, sob a direção de São José Cafasso, seu confessor. No dia 8 de dezembro desse mesmo ano, iniciou o seu apostolado juvenil em Turim, catequizando um humilde rapaz de nome Bartolomeu Garelli. Começava assim a obra dos Oratórios Festivos, destinada, em tempos difíceis, a preservar da ignorância religiosa e da corrupção, especialmente os filhos do povo.

Em 1846 estabeleceu-se definitivamente em Valdocco, bairro de Turim, onde fundou o Oratório de São Francisco de Sales. Ao Oratório juntou uma escola profissional, depois um ginásio, um internato etc. Em 1855 deu o nome de Salesianos aos seus colaboradores. Em 1859 fundou com os seus jovens salesianos a Sociedade ou Congregação Salesiana.

Com a ajuda de Santa Maria Domingas Mazzarello, fundou em 1872 o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora para a educação da juventude feminina. Em 1875 enviou a primeira turma de seus missionários para a América do Sul.

Foi ele quem mandou os salesianos para fundar o Colégio Santa Rosa em Niterói, primeira casa salesiana do Brasil, e o Liceu Coração de Jesus em São Paulo. Criou ainda a Associação dos Cooperadores Salesianos. Prodígio da Providência divina, a Obra de Dom Bosco é toda ela um poema de fé e caridade. Consumido pelo trabalho, fechou o ciclo de sua vida terrena aos 72 anos de idade, a 31 de janeiro de 1888, deixando a Congregação Religiosa Salesiana espalhada por diversos países da Europa e da América.

Se em vida foi honrado e admirado, muito mais o foi depois da morte. O seu nome de taumaturgo, de renovador do Sistema Preventivo na educação da juventude, de defensor intrépido da Igreja Católica e de apóstolo da Virgem Auxiliadora se espalhou pelo mundo inteiro e ganhou o coração dos povos. Pio XI, que o conheceu e gozou da sua amizade, canonizou-o na Páscoa de 1934.

Apesar dos anos que separam os dias de hoje do tempo em que viveu Dom Bosco, seu amor pelos jovens, sua dedicação e sua herança pedagógica vêm sendo transmitidos por homens e mulheres no mundo inteiro.

Hoje Dom Bosco se destaca na história como o grande santo Mestre e Pai da Juventude.
Embora tenha feito repercutir pelo mundo o seu carisma e o sistema preventivo de salesiano, que é baseado na Razão, na Religião e na Bondade, Dom Bosco permaneceu durante toda a sua vida em Turim, na Itália. Dedicou-se como ninguém pelo bem-estar de muitos jovens, na maioria órfãos, que vinham do campo para a cidade em busca de emprego e acabavam sendo explorados por empregadores interessados em mão-de-obra barata ou na rua passando fome e convivendo com o crime.

Com atitudes audaciosas, pontuadas por diversas inovações, Dom Bosco revolucionou no seu tempo o modelo de ser padre, sempre contando com o apoio e a proteção de Nossa Senhora Auxiliadora. Aliás, o sacerdote sempre considerou como essencial na educação dos jovens a devoção à Maria.

Dom Bosco ficou muito famoso pelas frases que usava com os meninos do oratório e com os padres e irmãs que o ajudavam. Embora tenham sido criadas no século passado, essas frases, ainda hoje, são atuais e ricas de sabedoria. Elas demonstram o imenso carinho que Dom Bosco tinha pelos jovens.

Entre alguns exemplos, "Basta que sejam jovens para que eu vos ame.", "Prometi a Deus que até meu último suspiro seria para os jovens.", "O que somos é presente de Deus; no que nos transformamos é o nosso presente a Ele", "Ganhai o coração dos jovens por meio do amor", "A música dos jovens se escuta com o coração, não com os ouvidos."

O método de apostolado de Dom Bosco era o de partilhar em tudo a vida dos jovens; para isto no concreto abriu escolas de alfabetização, artesanato, casas de hospedagem, campos de diversão para os jovens com catequese e orientação profissional; foi por isso a Igreja reza: "Deus suscitou São João Bosco para dar à juventude um mestre e um pai".

De estatura atlética, memória incomum, inclinado à música e a arte, Dom Bosco tinha uma linguagem fácil, espírito de liderança e ótimo escritor. Este grande apóstolo da juventude foi elevado para o céu em 31 de janeiro de 1888 na cidade de Turim; a causa foi o outros, já que afirmava ter sido colocado neste mundo para os outros.

http://domboscoeducador.blogspot.com

Nos caminhos de D. Bosco -Domingos Sávio

Nos caminhos de Dom Bosco, muita gente trilhou. Alguns deles foram canonizados (santos), outros beatificados; outros, ainda, declarados "veneráveis" (etapa anterior à beatificação) ou "servos de Deus" (aqueles que tiveram sua causa introduzida oficilamente, no longo caminho que vai até a santidade).

A esses que souberam acolher Dom Bosco em suas vidas, bem como a milhares de outros no mundo inteiro, dedicamos estas páginas "Nos caminhos de Dom Bosco".


Aqui colocamos apenas alguns dos Santos, Beatos, Veneráveis e Servos de Deus. Estes e muitos outros poderão ser vistos no site oficial dos Salesianos: www.sdb.org/ na parte "santidade salesiana" (esse site tem opção de idioma).

Com informações e imagens do referido site, colocamos a seguir, breve biografia de São Domingos Sávio, aluno de Dom Bosco.



São Domingos Sávio junto com a Bem-Aventurada Laura Vicuña (ilustração)



S. DOMINGOS SAVIO - (1842-1857)

Domingos nasceu no dia 02 de abril de 1842, em São João de Riva, perto de Chieri (Turim).

Tinha sete anos quando, na Primeira Comunhão, traçou seu projeto de vida: "Confessar-me-ei com muita freqüência e farei a comunhão todas as vezes que o confessor me der licença para isso. Quero santificar os dias festivos. Meus amigos serão Jesus e Maria. A morte, mas não pecados".

Aos doze anos, ao ser recebido por Dom Bosco no Oratório de Turim, pediu a ele que o ajudasse a "se tornar santo". Manso, sereno e alegre, colocava todo o empenho no cumprimento de seus deveres de estudante e em ajudar de todas as maneiras os colegas, ensinando a eles o Catecismo, assistindo os doentes, separando as brigas... Um dia, a um companheiro que acabava de chegar ao Oratório, ele disse: "Saiba que aqui nós fazemos a santidade consistir em estar muito alegres. Procuramos apenas evitar o pecado, como um grande inimigo que nos rouba a graça de Deus e a paz do coração, e cumprir exatamente os nossos deveres".

Fidelíssimo ao seu programa de trabalho, sustentado por uma intensa participação aos sacramentos e por uma filial devoção a Maria, alegre no sacrifício, foi enriquecido por Deus com dons e carismas.


No dia 08 de dezembro de 1854, proclamado o dogma da Imaculada por Pio IX, Domingos se consagrou a Maria e começou a progredir rapidamente na santidade. Em 1856 fundou com seus amigos a Companhia da Imaculada para uma ação apostólica de grupo.


Mamãe Margarida, que havia se mudado para Turim, a fim de ajudar o filho sacerdote, disse-lhe um dia: "Você tem muitos jovens bons, mas nenhum deles supera o coração e a linda alma de Domingos Sávio". E explicou: "Eu o vejo sempre em oração; fica na igreja, mesmo depois que os outros saem; todos os dias deixa por um momento o recreio para fazer uma visita ao SS.mo Sacramento... Na igreja ele se comporta como um anjo que mora no Paraíso".


Morreu em Mondonio, no dia 09 de março de 1857. Seus restos mortais são venerados na basílica de Maria Auxiliadora. Sua festa é celebrada no dia 06 de maio. Pio XI o definiu: "Pequeno, ou melhor, grande gigante do Espírito". É patrono dos Pequenos cantores.

PARA SABER MAIS SOBRE SÃO DOMINGOS SÁVIO - LIVROS:
BOSCO, Terésio. "Domingos Sávio", São Paulo: Editora Salesiana.
TONETO, Bernadette. "Domingos Sávio" (Série Heróis e Campeões), São Paulo: Editora Salesiana.


Nos caminhos de D. Bosco - Laura Vicuña

Nos caminhos de Dom Bosco, muita gente trilhou. Alguns deles foram canonizados (santos), outros beatificados; outros, ainda, declarados "veneráveis" (etapa anterior à beatificação) ou "servos de Deus" (aqueles que tiveram sua causa introduzida oficilamente, no longo caminho que vai até a santidade).

A esses que souberam acolher Dom Bosco em suas vidas, bem como a milhares de outros no mundo inteiro, dedicamos estas páginas "Nos caminhos de Dom Bosco".


Aqui colocamos apenas alguns dos Santos, Beatos, Veneráveis e Servos de Deus. Estes e muitos outros poderão ser vistos no site oficial dos Salesianos: www.sdb.org/ na parte "santidade salesiana" (esse site tem opção de idioma).

Com informações e imagens do referido site, colocamos a seguir, breve biografia da Bem Aventurada Laura Vicuña, adolescente que nasceu no Chile e morreu na Argentina.


Foto de Laura Vicuña


Ilustração de Laura Vicuña


Ilustração mostrando a Bem-Aventurada Laura Vicuña com São Domingos Sávio


LAURA VICUÑA (1891-1904)

Laura Carmen Vicuña nasceu em Santiago do Chile em 1891.

Com a morte improvisa do pai, a mãe buscou abrigo com as duas filhas na Argentina.

Em 1900, Laura foi recebida no Colégio das Filhas de Maria Auxiliadora; no ano seguinte fez a primeira comunhão e, como são Domingos Sávio, fez o propósito de amar a Deus com todo seu ser, mortificando-se e morrer, mas não pecar; tornar conhecido Jesus e reparar as ofensas contra Ele.


Depois de ter percebido que a mãe vivia em situação de pecado, ofereceu-se a Deus pela conversão dela; acentuou a ascese e, com o consentimento do confessor, abraçou com voto os conselhos evangélicos.

Consumida pelos sacrifícios e pela doença, confiou na última noite: "Mãe, eu estou morrendo! Pedi a Jesus faz tempo, oferecendo-lhe a minha vida por ti, para obter a tua volta a Deus... Mamãe, antes da morte não terei a alegria de ver-te arrependida?".

Com esta alegria morreu na noite de 22 de janeiro de 1904.


Seus restos mortais encontram-se na capela das Filhas de Maria Auxiliadora em Bahia Blanca (Argentina).

Laura, poema de candura, de amor filial, de sacrifício, foi beatificada por João Paulo II a 3 de setembro de 1988 no Cole das
Bem-Aventuranças Juvenis, junto a Castelnuovo Dom Bosco (Asti - Itália).

PARA SABER MAIS SOBRE LAURA VICUÑA - LIVRO FUNDAMENTAL:
TONETO, Bernadette. "Laura Vicuña" (Série Heróis e Campeões). São Paulo: Editora Salesiana.

Nos caminhos de Dom Bosco - Mazzarello

Nos caminhos de Dom Bosco, muita gente trilhou. Alguns deles foram canonizados (santos), outros beatificados; outros, ainda, declarados "veneráveis" (etapa anterior à beatificação) ou "servos de Deus" (aqueles que tiveram sua causa introduzida oficilamente, no longo caminho que vai até a santidade).

A esses que souberam acolher Dom Bosco em suas vidas, bem como a milhares de outros no mundo inteiro, dedicamos estas páginas "Nos caminhos de Dom Bosco".


Aqui colocamos apenas alguns dos Santos, Beatos, Veneráveis e Servos de Deus. Estes e muitos outros poderão ser vistos no site oficial dos Salesianos: www.sdb.org/ na parte "santidade salesiana" (esse site tem opção de idioma).

Com informações e imagens do referido site, colocamos a seguir, breve biografia de Santa Maria Domingas Mazzarello, co-fundadora do ramo feminino da Família Salesiana, as Filhas de Maria Auxiliadora.



S. MARIA DOMINGAS MAZZARELLO (1837-1881)

Maria Domingas nasceu no dia 09 de maio de 1837, em Mornese (Alessandria).

Na família foi formada numa piedade sólida, numa laboriosidade incansável e grande senso prático e profundidade de discernimento que manifestou depois, também como Superiora.


Aos 15 anos, inscreveu-se na Associação das Filhas de Maria Imaculada e se abriu para o apostolado em meio às meninas do lugar.


A grave doença do tifo, contraída aos 23 anos, teve nela uma forte ressonância espiritual: se, por um lado, a experiência da fragilidade física tornou mais profundo o seu abandono em Deus, por outro lado a impeliu a abrir uma oficina de costura para ensinar às meninas o trabalho, a oração e o amor de Deus.


Graças à intensa participação aos sacramentos e sob a direção sábia e iluminada do Padre Pestarino, fez grandes progressos na vida espiritual. Por ocasião da visita de Dom Bosco a Mornese (08-10-1864) ela disse: "Dom Bosco é um Santo, e eu sinto isso!".


Em 1872, Dom Bosco escolheu-a para dar início ao Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora.

Como Superiora, revelou-se hábil formadora e mestra de vida espiritual; tinha o carisma da alegria serena e tranqüilizadora, irradiando contentamento e atraindo outras jovens para se dedicarem à educação da mulher.


O Instituto progrediu rapidamente. Ao morrer, ela deixou às suas filhas uma tradição educativa toda permeada de valores evangélicos: a busca de Deus conhecido através de uma catequese esclarecida e de um amor ardente, a responsabilidade no trabalho, a franqueza e a humildade, a austeridade de vida e a alegre doação de si.


Morreu em Nizza Monferrato, no dia 14 de maio de 1881. Seus restos mortais são venerados na Basílica de Maria Auxiliadora, em Turim.


Sua festa anual é celebrada no dia 13 de maio.

Nos caminhos de D. Bosco - Mamãe Margarida

Nos caminhos de Dom Bosco, muita gente trilhou. Alguns deles foram canonizados (santos), outros beatificados; outros, ainda, declarados "veneráveis" (etapa anterior à beatificação) ou "servos de Deus" (aqueles que tiveram sua causa introduzida oficilamente, no longo caminho que vai até a santidade).

A esses que souberam acolher Dom Bosco em suas vidas, bem como a milhares de outros no mundo inteiro, dedicamos estas páginas "Nos caminhos de Dom Bosco".


Aqui colocamos apenas alguns dos Santos, Beatos, Veneráveis e Servos de Deus. Estes e muitos outros poderão ser vistos no site oficial dos Salesianos: www.sdb.org/ na parte "santidade salesiana" (esse site tem opção de idioma).

Com informações e imagens do referido site, colocamos a seguir, breve biografia da Serva de Deus, Margarida Occhiena, a mãe de Dom Bosco


Dom Bosco e Mamãe Margarida


Mamãe Margarida


MARGARIDA OCCHIENA (1788-1856)


Nasce no dia 1°. de abril de 1788, em Capriglio (AT) e no mesmo dia é batizada na igreja paroquial. Reside aí até o casamento com Francisco Bosco; depois muda-se para a localidade de Becchi. Com a morte prematura do marido, Margarida, com 29 anos, deve enfrentar sozinha a condução da família em um momento de grande carestia, e cuidar da mãe de Francisco e do seu filho Antônio; e educar seus filhos José e João.


Mulher forte, com clareza de idéias, determinada nas escolhas, regime de vida sóbrio, severa na educação cristã, doce e compreensiva. Acompanha o crescimento de três jovens de temperamento muito diverso: não nivela e não mortifica nenhum, porém.


Obrigada a fazer escolhas às vezes dramáticas (como o afastamento do filho menor de casa para não romper com a paz e para fazê-lo estudar), conduz com fé, sabedoria e coragem o desenvolvimento das habilidades dos filhos, ajudando-os a crescer na generosidade e no espírito de iniciativa. Acompanha com amor particular João até o sacerdócio e depois, deixando a querida casa no Colle, segue-o na sua missão entre os jovens pobres e abandonados de Turim. Aqui, por dez anos, a sua vida se confunde com a do filho e com os inícios da Obra salesiana: é a primeira e principal Cooperadora de Dom Bosco; com bondade dinâmica torna-se o elemento materno do sistema preventivo; é, sem sabê-lo, “cofundadora” da Família salesiana que cria santos como Domingos Sávio e P. Rua.


Analfabeta, mas cheia daquela sabedoria que vem do alto, foi ajuda para tantos jovens pobres abandonados na rua, filhos de ninguém; coloca Deus acima de tudo, consumando-se por Ele numa vida de pobreza, de oração e de sacrifício.


Morre aos 68 anos, em Turim, no dia 25 de novembro. Acompanham-na ao cemitério tantos jovens que a choram como “mamãe”.

Nos caminhos de D. Bosco - Namuncurá

Nos caminhos de Dom Bosco, muita gente trilhou. Alguns deles foram canonizados (santos), outros beatificados; outros, ainda, declarados "veneráveis" (etapa anterior à beatificação) ou "servos de Deus" (aqueles que tiveram sua causa introduzida oficilamente, no longo caminho que vai até a santidade).

A esses que souberam acolher Dom Bosco em suas vidas, bem como a milhares de outros no mundo inteiro, dedicamos estas páginas "Nos caminhos de Dom Bosco".


Aqui colocamos apenas alguns dos Santos, Beatos, Veneráveis e Servos de Deus. Estes e muitos outros poderão ser vistos no site oficial dos Salesianos: www.sdb.org/ na parte "santidade salesiana" (esse site tem opção de idioma).

Com informações e imagens do referido site, colocamos a seguir, breve biografia do BEM AVENTURADO Ceferino (ou Zeperino) Namuncurá.



ZEPERINO NAMUNCURÁ (1886-1905)

Zeferino Namuncurá nasceu no dia 26 de agosto de 1886, em Chimpay, às margens do Rio Negro.

Três anos antes, seu pai Manuel, último grande cacique das tribos araucanas, tivera de se entregar às tropas da República Argentina.

Depois de 11 anos de vida livre nos campos, o pai levou-o a Buenos Aires: queria que se preparasse para ser o defensor de sua raça.


Mas, logo que entrou no ambiente salesiano, Zeferino divisou outros horizontes: sentiu que seria melhor tornar-se o primeiro sacerdote araucano para evangelizar seus irmãos. Escolheu Domingos Sávio como modelo e, durante 05 anos, através do extraordinário esforço para se inserir numa cultura totalmente nova, tornou-se ele mesmo um outro Domingos Sávio. Era exemplar na piedade, na caridade, no cumprimento dos deveres quotidianos, no exercício ascético.

Pouco a pouco, o garoto que achava difícil "entrar na fila" ou "obedecer ao sino", transformou-se num verdadeiro modelo.
Testemunharam a respeito dele: "Era um modelo de equilíbrio, o árbitro nos recreios: sua palavra era aceita pelos companheiros que se desentendiam". "Eu ficava impressionado pela vagareza com que fazia o sinal-da-cruz, como se meditasse cada palavra; e até corrigia os companheiros, ensinando-lhes a fazê-lo devagar e com devoção. Os papéis pareciam invertidos: o índio convertia os brancos".

Em 1903, Dom Cagliero mandou-o para o aspirantado, em Viedma, sede do vicariato, para começar a estudar latim. No ano seguinte levou-o para a Itália, com o objetivo de fazer com que prosseguisse os estudos de forma mais séria e num clima que parecia mais adequado à sua saúde. Zeferino entrou no colégio salesiano de Villa Sora, em Frascati. Estudou com tanto empenho que se tornou o segundo da turma. Mas uma doença não diagnosticada a tempo (talvez porque nunca se queixava) o minava.

No dia 28 de março de 1905 foi internado no hospital Fatebenefratelli de Roma.
Era tarde demais. Morreu ali, serenamente, no dia 11 de maio. Em 1924 os seus restos mortais foram levados para sua pátria e repousam em Fortín Mercedes, onde multidões de peregrinos acorrem para rezar e pedir graças.

Foi BEATIFICADO em 11 de novembro de 2007, em Chimpay.
(Conferir em: http://www.infoans.org/1.asp?sez=1&sotSez=13&doc=2023&lingua=5 - pesquisado em 17/11/2007)


Dom Bosco - Bibliografia Básica

Dom Bosco, modelo de educador para todos os tempos, soube acolher e educar a juventude do norte da Itália do séc. XIX. Com certeza, respeitando-se os devidos contextos e épocas, muito tem a nos ajudar neste Brasil, em pleno séc. XXI.

Por isso, segue uma boa bibliografia, bem como indicação de páginas na internet. Confirme, também, os diversos artigos deste blog, clicando nos links correspondentes.

Boa leitura!

Obs.: Fotos meramente ilustrativas e divulgativas deste grande educador.





==> Bibliografia básica, disponível em língua portuguesa (Brasil):



BOSCO, João. A pedagogia de Dom Bosco em seus escritos. São Paulo: Editora Salesiana, 2004. 32p.



BOSCO, João. Memórias do Oratório de São Francisco de Sales. 3. ed. rev.amp. São Paulo: Editora Salesiana, 2005. 250p.



BOSCO, Terésio. Dom Bosco. 15. ed. 2. reimp. São Paulo: Editora Salesiana, 2005. 40p.



BOSCO, Terésio. Dom Bosco: uma nova biografia. 6. ed. São Paulo: Editora Salesiana, 2002. 564p.



BRAIDO, Pietro. Prevenir, não reprimir: o sistema educativo de Dom Bosco. São Paulo: Editora Salesiana, 2004. 375p.



BROCARDO, Pietro. Dom Bosco: profundamente homem, profundamente santo. São Paulo: Editora Salesiana, 2005. 310p.



CAMPELO, Cristiano R. LAGES, António. Dom Bosco: traços biográficos. 5. ed. São Paulo: Editora Salesiana, 2003. 77p.



CASTRO, Afonso de. Carisma para educar e conquistar: espiritualidade, alegria e prazer na educação salesiana. São Paulo: Editora Salesiana, 2002. 191p.



FARIA, Hélio. Você e seu filho: como conquistar seu filho, segundo Dom Bosco.4. ed. São Paulo: Editora Salesiana, 2005.



FERRERO, Bruno. Uma pedagogia para os pais: inspirada no Sistema de Dom Bosco. São Paulo: Editora Salesiana, 2001. 168p.



SCHIÉLÉ, Robert. Dom Bosco: fundador da família salesiana. São Paulo: Editora Paulinas, 2001. 141p.





==> Sugerimos uma visita aos seguintes sites, para maiores informações sobre São João Bosco (abrem em nova janela):



www.sdb.org => Página internacional dos Salesianos, com diversas informações em várias línguas.



www.salesianos.com.br => Página da Inspetoria Salesiana de São Paulo, com informações e notícias.



www.nsauxiliadora.org.br => Página da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, com informações e links importantes.



www.editorasalesiana.com.br => Página da Editora Salesiana, com possibilidade de compra de várias obras.

 

•  http://salesianosdobrasil.org.br/ ==> Portal dos Salesianos no Brasil.


•  http://www.dombosconobrasil.com.br/ ==> Itinerário da urna com as relíquias de Dom Bosco pelo Brasil.


Passeios - ação de Dom Bosco

Todos os anos, pela festa de Nossa Senhora do Rosário (sete de outubro), Dom Bosco leva aos Becchi seus melhores alunos: uns vinte, nos primeiros anos. Depois, o número cresceu: de 1858 em diante, chegava a uma centena.

“Nos primeiros dias de outubro – escreve o padre Lemoyne –, partia do oratório a turma dos cantores, dos músicos e de outros alunos. Cada qual levava num pequeno embrulho a roupa necessária para as férias, pão queijo e frutas.”

Hospedava-os o irmão José (irmão de Dom Bosco, que continuou na propriedade da família, no campo), sempre cordial, sempre disposto a fechar os olhos quando os rapazes invadiam a vinha para lhe diminuir o trabalho da vindima...

No primeiro domingo de outubro celebrava-se a festa. No dia seguinte, começavam os passeios, que se prolongavam por dez, vinte e mais dias.

Até 1858, o quartel-general ficava nos Becchi de onde saíam de manhã para uma aldeia não muito distante, votando à noite.

A partir de 1859, os passeios se transformaram em verdadeiros “itinerários” através das colinas de Monferrato. Dom Bosco preparava o roteiro com antecedência: párocos e benfeitores estavam sempre prontos para acolher a turba faminta e cansada. A viagem se desenrolava pelas estradas do campo, entre colinas e vinhedos. Caminhavam em grupos, cantando, rufando tambores, tangendo burricos que portavam no lombo os cenários e os bastidores para as representações teatrais. Atrás de todos seguia Dom Bosco, rodeado sempre por um bom grupo de jovens que não se cansavam de ouvi-lo contar a história das aldeias por onde passavam.

Chegada à meta, a turba se punha em ordem. E, com a banda de música à frente, entravam solenemente no povoado.

“Não posso esquecer aquelas viagens aventurosas – escrevia o Padre Anfossi. – Éramos uma centena de rapazes e já então podíamos ver a grande fama de santidade de que gozava. Sua chegada naqueles lugares era um triunfo. Os párocos dos arredores acorriam à sua passagem e, geralmente, as autoridades civis também.”

“Os moradores se achegavam às janelas ou saíam às portas das casas; os camponeses deixavam os trabalhos para verem o Santo.; as mães se aproximavam apresentando os filhinhos e, genuflexas, mesmo por terra, pediam lhe a benção. Como o nosso costume era ir diretamente à igreja paroquial para adorar Jesus Sacramentado, em breve o templo ficava repleto de fiéis, aos quais Dom Bosco fazia uma alocução. Cantava-se, depois, o Tão Sublime Sacramento e dava-se a benção do Santíssimo”.

A seguir comia-se uma matula bem reforçada, à moda dos colonos: o povo trazia generosamente para aqueles rapazes cestas de frutas, enormes pães de fôrma caseiros, queijo e jarras de vinho.

Dormia-se debaixo de telheiros ou em salões, estirados sobre sacos de folhas ou na palha.

Aqueles passeios foram aventuras inesquecíveis, para os meninos, e, para Dom Bosco, a “carta de apresentação” aos povoados do Monferrato, dos quais conseguiu levar para o oratório esplêndidas vocações salesianas.

BOSCO, Terésio. Dom Bosco: uma nova biografia.
São Paulo: Editora Salesiana. 6.ed. 2002. p364-366.
www.editorasalesiana.com.br

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Um dia de liberdade - ação de Dom Bosco


Em 1845, na estrada para Stupinigi, fora aberta uma nova prisão em Turim: a Generala. Era um reformatório de rapazes, com capacidade para trezentos. Dom Bosco freqüentava-a regularmente. Procurava fazer-se amigo daqueles pobres rapazes, condenado (quase sempre) por roubo ou vadiagem.

Dividiam-se em três categorias: “vigiados especiais” que, à noite, eram trancados em celas; “vigiados simples”, levados adiante apenas com os meios normais de uma prisão; “periclitantes”, que ali se achavam só porque alguém, já cansado deles, os confiara à polícia. Passavam o tempo em trabalhos agrícolas ou em oficinas internas.

Na Quaresma[i] de 1855, Dom Bosco deu a todos um caprichado curso de catecismo, seguido de três dias de Exercícios Espirituais (nada menos), concluídos com uma confissão deveras geral.

Dom Bosco ficou tão impressionado pela boa vontade geral que lhes prometeu “alguma coisa excepcional”. Foi ao diretor e propôs-lhe organizar para os rapazes (abatidos pela reclusão) um belo passeio a Stupinigi.

– Está mesmo falando sério, reverendo? – exclamo o homenzinho espantado.

– Com a maior seriedade do mundo.

– E não sabe que eu sou responsável por aqueles que fugirem?

– Ninguém fugirá. Dou-lhes a minha palavra.

– Ouça. Não vamos gastar saliva à-toa. Se quer essa licença, dirija-se ao Ministro.

Dom Bosco foi ter com Rattazzi e lhe expôs com tranqüilidade o seu projeto.

– Pois não – lhe disse o Ministro. – Um passeio fará muito bem a esses jovens detentos. Darei as ordens necessárias para que, ao longo do caminho, se distribuam guarda à paisana em número suficiente.

– Isso não – interveio decidido Dom Bosco. – É a única condição que eu ponho: que nenhum guarda nos “proteja”. E vossa Excelência deve dar-me sua palavra de honra. O risco é meu: se alguém fugir, por-me-á na cadeia a mim.

Ambos riram. Depois Rattazzi ficou sério:

– Dom Bosco, entenda. Sem guardas, não trará de volta ninguém.

– E eu, ao contrário, lhe garanto que vou trazer de vota todos. Vamos apostar?

Rattazzi pensou um pouco.

– Está bem. Aceito. Confio no senhor. Mas confio também nos guardas: em caso de fuga, não levarão muito tempo para recapturar esses frangotes.

Dom Bosco voltou à Generala e anunciou o passeio. Uma explosão de alegria. Numa brecha de silêncio, Dom Bosco continuou:

– Dei minha palavra: todos se comportarão bem, e nada de fugas. O Ministro também deu a sua: nada de guardas, nem fardados, nem à paisana. Agora chegou a vez da palavra de vocês: basta que um fuja e minha honra se vai. Não deixarão mais pôr os pés aqui dentro. Posso confiar?

Cochicharam lá algum tempo entre si. Depois os maiores disseram:

– Damos a nossa palavra! Voltaremos todos! Nos portaremos bem!

O dia seguinte foi dia de sol tépido, primaveril.

E lá se foram para Stupinigi, pelos caminhos dos campos. Pulavam, corriam, gritavam. Dom Bosco seguia em meio à pequena tropa, brincando e contando estórias. À frente de todos, o burro. Com as provisões.

Em Stupinigi, Dom Bosco celebrou a santa Missa. Depois, houve almoço ao ar livre, seguido de animadas partidas à margem do rio Sangone. Visitaram o parque e o castelo real. Houve merenda e, ao pôr-do-sol, o retorno. O burro estava livre e Dom Bosco cansado. Os rapazes fizeram-no montar e, puxando as rédeas e cantando, chegaram. O diretor apressou-se em contá-los. Estavam todos.

Houve um adeus triste no portão do cárcere: Dom Bosco se despediu de um por um e voltou para casa com um aperto no coração: só pudera libertá-los por um dia.

O Ministro, ao contrário, ao saber de tudo, ficou exultante como de um triunfo.

– Por que é que o senhor consegue fazer essas coisas e nós não? – perguntou a Dom Bosco um dia.

– Porque o Estado manda e castiga. E é só isso o que pode fazer. Eu, ao contrário, quero bem a esses rapazes. E como sacerdote tenho uma força moral que Vossa Excelência não pode entender.

BOSCO, Terésio. Dom Bosco: uma nova biografia.
São Paulo: Editora Salesiana. 6.ed. 2002. p319-321.
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[i] QUARESMA: Período de quarenta dias anteriores à Páscoa, recordando os quarenta dias que Jesus ficou no deserto, lutando contra as tentações (S. Mateus 4, 1 – 11 e paralelos). Tempo de penitência e convite à mudança de vida, em preparação à Páscoa (Ressurreição, Vida Nova) que se aproxima.

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O Sonho dos 9 Anos


A seguir, íntegra do sonho que São João Bosco teve por volta dos nove anos de idade, descrevendo seu futuro trabalho com os jovens.

Vale à pena ler a interpretação que o Padre Afonso de Castro fez desse mesmo sonho, no livro " Carisma para educar e conquistar", pág. 24 - 32.

O mesmo sonho, sem comentários e interpretações, é reproduzido integralmente em vários livros, dentre os quais: "A pedagogia de Dom Bosco em seus escritos" (pág. 5 - 7); "Memórias do Oratório de São Francisco de Sales" e "Dom Bosco - uma nova biografia". Na internet, procure no site oficial do Salesianos: www.sdb.org

Vamos a descrição do sonho, nas palavras do próprio Dom Bosco.
______________________________________________
"Na idade de 9 anos tive um sonho, que me ficou profundamente impresso na mente por toda a vida. Pareceu-me estar perto de casa. Numa área bastante espaçosa onde uma multidão de meninos estava a brincar. Alguns riam, outros divertiam-se, não poucos blasfemavam. Ao ouvir as blasfêmias, lancei-me de pronto no meio deles, tentando, com socos e palavras, fazê-los calar.


Neste momento apareceu um homem venerando, de aspecto varonil, nobremente vestido. Um manto branco cobria-lhe o corpo; seu rosto, porém, era tão luminoso que eu não conseguia fitá-lo. Chamou-me pelo nome e mandou que me pusesse à frente daqueles meninos, acrescentando estas palavras:

– Não é com pancadas, mas com a mansidão e a caridade que deverás ganhar esses teus amigos. Põe-te imediatamente a instruí-los sobre a fealdade do pecado e a preciosidade da virtude.

Confuso e assustado, repliquei que eu era um menino pobre e ignorante, incapaz de lhes falar de religião. Senão quando aqueles meninos, parando de brigar, de gritar e blasfemar, juntaram-se ao redor do personagem que estava a falar.

Quase sem saber o que dizer, acrescentei:

- Quem sois vós que me ordenais coisas impossíveis?

– Justamente porque te parecem impossíveis, deves torná-las possíveis com a obediência e a aquisição da ciência.

- Onde, com que meios poderei adquirir a ciência?

- Eu te darei a mestra, sob cuja orientação poderás tornar-te sábio, e sem a qual toda sabedoria se converte em estultície.

- Mas quem sois vós que assim falais?

- Sou o filho daquela que tua mãe te ensinou a saudar três vezes ao dia.

- Minha mãe diz que sem sua licença não devo estar com gente que não conheço; dizei-me, pois, vosso nome.

– Pergunta-o à minha mãe


Nesse momento vi ao seu lado uma senhora de aspecto majestoso, vestida de um manto todo resplandecente, como se cada uma de suas partes fosse fulgidíssima estrela. Percebendo-me cada vez mais confuso em minhas perguntas e respostas, acenou para que me aproximasse e, tomando-me com bondade pela mão, disse:

- Olha.

Vi então que todos os meninos haviam fugido, e em lugar deles estava uma multidão de cabritos, cães, gatos, ursos, e outros animais.

– Eis o teu campo, onde deves trabalhar. Torna-te humilde, forte, robusto; e o que agora vês a esses animais, deves fazê-los aos meus filhos.


Tornei então a olhar, e em vez de animais ferozes apareceram mansos cordeiros que, saltitando e balindo, corriam ao redor daquele homem e daquela senhora, como a fazer-lhes festa.

Neste ponto, sempre no sonho, desatei a chorar, e pedi que falassem de maneira que eu pudesse compreender, porque não sabia o que significava tudo aquilo. A senhora descansou a mão em minha cabeça dizendo:

– A seu tempo tudo compreenderás.

Após essas palavras, um ruído qualquer me acordou, e tudo desapareceu.

Permaneci atônito. Parecia que minhas mãos doíam devido aos socos que tinha dado, que minha face doía pelos socos recebidos. Aquele personagem, aquela senhora, as coisas ditas e ouvidas, me ocuparam de tal forma a mente que não consegui retomar o sono aquela noite."

P. João Bosco

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Início do Oratório Festivo

FESTA DA IMACULADA CONCEIÇÃO E INÍCIO DO ORATÓRIO FESTIVO

"Mal entrei no Colégio de São Francisco, vi-me logo cercado por um bando de meninos que me acompanhavam em ruas e praças, até mesmo na sacristia da igreja do instituto. Não podia, entretanto, cuidar deles diretamente por falta de local. Um feliz encontro proporcionou-me a oportunidade de tentar a concretização do projeto em favor dos meninos que erravam pelas ruas da cidade, sobretudo os que deixavam as prisões.

No dia solene da Imaculada Conceição de Maria, 8 de dezembro de 1841, estava à hora marcada, vestindo-me com os sagrados paramentos para celebrar a santa Missa. O sacristão José Comotti, vendo um rapazinho a um canto, convidou-o a ajudar-me na Missa.

– Não sei – respondeu ele, todo mortificado.

– Vem – replicou o outro –, tens de ajudar.

– Não sei – retorquiu o rapaz – nunca ajudei.

– És um animal – disse o sacristão enfurecido. – Se não sabes ajudar a Missa, que vens fazer na sacristia?

E, assim dizendo, tomou do espanador e começou a desferir golpes nas costas e na cabeça do pobrezinho.

Enquanto este fugia, gritei em voz alta:

– Que está fazendo? Por que bater nele desse jeito? Que é que ele fez?

– Se não sabe ajudar a missa, por que vem à sacristia?

– Mas você agiu mal.

– E que lhe importa?

– Importa muito, é meu amigo; chame-o imediatamente, preciso falar com ele.

– Oi, rapaz! – pôs-se a chamar; e correndo atrás dele e garantindo-lhe melhor tratamento trouxe-o para junto de mim.

O rapaz aproximou-se a tremer e a chorar pelas pancadas recebidas.

– Já ouviste Missa? – disse-lhe com a maior amabilidade que pude.

– Não – respondeu.

– Vem então ouvi-la. Depois gostaria de falar de um negócio que vai-te agradar.

Prometeu. Era meu desejo aliviar o sofrimento do pobrezinho e não deixá-lo com a má impressão que lhe causara o sacristão.

Celebrada a santa Missa e terminada a ação de graças, levei o rapaz ao coro. Com um sorriso no rosto e garantindo-lhe que já não devia recear novas pancadas, comecei a interrogá-lo assim:

– Meu bom amigo, como te chamas?

– Bartolomeu Garelli.

– De onde és?

– De Asti.

– Tens pai?

– Não, meu pai morreu.

– E tua mãe?

– Morreu também.

– Quantos anos tens?

– Dezesseis.

– Sabes ler e escrever?

– Não sei nada.

– Sabes cantar?

– Não.

– Sabes assobiar?

E então o menino sorriu.

– Já fizeste a Primeira Comunhão?

– Ainda não.

– Já te confessaste?

– Sim, quando era pequeno.

– E agora, vais ao catecismo?

– Não tenho coragem.

– Por quê?

– Porque meus companheiros menores sabem o catecismo, e eu, tão grande, não sei nada. Por isso fico com vergonha de ir a essas aulas.

– Se te desse catecismo à parte virias?

– Então sim.

– Gostarias que fosse aqui mesmo?

– Com muito gosto, contanto que não me batam.

– Fica sossegado, que ninguém te maltratarás. Pelo contrário, serás meu amigo. Terás de haver-te só comigo e mais ninguém. Quando queres começar?

– Quando o senhor quiser.

– Essa tarde serve?

– Sim.

– E se fosse agora mesmo?

– Sim, agora mesmo. Que bom!

Levantei-me e fiz o sinal-da-cruz para começar; meu aluno não o fez porque não sabia. Naquela primeira aula procurei ensinar-lhe a fazer o sinal-da-cruz e a conhecer Deus Criador e o fim por que nos criou. Embora tivesse pouca memória, conseguiu, com assiduidade e atenção, aprender em poucos domingos as coisas necessárias para fazer uma boa confissão e, pouco tempo depois, a sagrada Comunhão.

A esse primeiro aluno, juntaram-se outros mais. Durante aquele inverno limitei-me a alguns adultos que tinha necessidade de catequese especial, sobretudo aos que saíam da cadeia. Pude então constatar que os rapazes que saem de lugares de castigo, caso encontrem mão bondosa que deles cuide, os assista nos domingos, procure arranjar-lhes emprego com bons patrões visitá-los de quando em quando ao longo da semana, tais rapazes dão-se a uma vida honrada, esquecem o passado, tornam-se bons cristãos e honestos cidadãos. Essa é a origem do nosso Oratório, que, abençoado por Deus, teve um desenvolvimento que então eu não podia imaginar."

BOSCO, São João (1815-1888). "Memórias do Oratório de São Francisco de Sales" 1815-1855. Tradução de Fausto Santa Catarina. 3ª edição. Editora Salesiana, São Paulo, 2005, páginas 122 - 125.

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O Caramanchão de Rosas - Texto de D. Bosco

“O CARAMANCHÃO E AS ROSAS”

São João Bosco

Certo dia, em 1847, após meditar muito sobre o modo de fazer o bem à juventude, apareceu-me a Rainha do Céu que me levou a um jardim encantador. Nele havia um longo pórtico, com plantas trepadeiras carregadas de folhas e flores. O pórtico dava para um caramanchão encantador, flanqueado e coberto de maravilhosos rosais em plena florescência. Também o terreno estava todo coberto de rosas. Nossa Senhora me disse:

– Tire os sapatos e avance por este caramanchão. É o caminho que deve fazer.

Gostei de tirar os sapatos: teria sentido muito machucar aquelas rosas. Comecei a andar. Mas logo percebi que aquelas rosas escondiam espinhos muito agudos. E tive que parar.

– Aqui precisa usar sapatos – disse eu à guia.

– Sem dúvida. E dos bons.

Calcei os sapatos e retornei o caminho com certo número de companheiros que haviam aparecido naquele momento e me pediram para caminhar comigo.

Pendiam do alto muitos ramos como festões. Rosas! Só se viam rosas: em cima, dos lados, no chão, a meus pés. Minhas pernas, porém, enredando-se nos ramos estendidos por terra, acabavam feridas. Espinhava-me ao afastar os ramos transversais. Sangrava nas mãos, por todo o corpo. Todas as rosas escondiam muitíssimos espinhos.

Todos os que me viam caminhar diziam: “Dom Bosco só caminha sobre rosas! Tudo lhe vai bem!”. Não viam que os espinhos me rasgavam os membros.

Muitos clérigos, padres e leigos por mim convidados haviam-se posto a seguir-me, alegres, atraídos pela beleza daquelas flores. Mas, ao perceberem que deviam caminhar sobre espinhos, começaram a gritar: “Fomos enganados!”. Não poucos retrocederam. Fiquei praticamente só. E comecei a chorar. “Será possível – dizia eu – que tenha de percorrer tos este caminho só?”.

Mas fui logo consolado: vi avançar para mim um grupo de padres, clérigos, leigos, os quais me disseram: “Somos todos seus e prontos para segui-lo”. Precedendo-os, reiniciei o caminho. Só alguns desanimaram e pararam. Grande parte foi comigo até o fim.

Percorrido todo o caramanchão, vi-me num belíssimo jardim. Os meus poucos seguidores estavam macilentos, desgrenhados, ensangüentados. Levantou-se, então, uma brisa suave. A seu sopro, se curaram. Soprou outro vento e, como por encanto, me vi circundado de um número imenso de jovens e de clérigos, de coadjutores leigos e também de padres, que se puseram a trabalhar comigo guiando aquela juventude. Reconheci alguns, mas muitos outros os não conhecia.

Então a Santa Virgem, que fora a minha guia, perguntou-me:

– Sabe o que significa o que você está vendo e viu antes?

– Não.

– Saiba que o caminho por entre as rosas e os espinhos significa o cuidado que deverá tomar com a juventude. Deverá andar com o calçado da mortificação. Os espinhos significam os obstáculos, os padecimentos, os desgostos que lhe caberão. Mas não desanimem. Com a caridade e com a mortificação, irão superar tudo e chegar às rosas sem espinhos.

Logo que a Mãe de Deus acabou de falar, acordei. Estava em meu quarto.

Contei-lhes isto para que cada um de nós tenha a certeza de que é Nossa Senhora que quer a nossa Congregação. E para que nos animemos sempre a trabalhar para a maior glória de Deus.


BOSCO, João IN: BOSCO, Terésio. João Bosco: uma nova biografia. 6. ed. São Paulo: Editora Salesiana, 2002. p. 299-301.

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O Sistema Preventivo na Educação dos Jovens

A seguir, outro texto de autoria de São João Bosco (1815-1888) que pode inspirar nossas práticas educativas.

Meu objetivo em divulgar esses texto é de contribuir para com uma inovação na prática educativa a partir de coisa bem simples.


Aqui, Dom Bosco trata a respeito do Sistema Preventivo e também sobre os castigos, desaconselhando a prática destes.

Para maiores detalhes:
– "A Pedagogia de Dom Bosco em seus escritos", Editora Salesiana, São Paulo, 2004.
– "Memórias do Oratório de São Francisco de Sales", São João Bosco, Editora Salesiana, 3ª ed., 2005.

Mas atenção: O texto aqui posto é apenas um aperitivo, para uso bem pessoal. Para maiores detalhes recorra-se às obras listadas acima, ou no site da Editora: www.editorasalesiana.com.br

Mas agora vamos ao texto (sem revisão, do jeito que estava no site citado no final)
_______________________________________________

Fui instado várias vezes a expressar, verbalmente ou por escrito, o meu pensamento sobre o chamado Sistema Preventivo, que se costuma praticar em nossas casas. Por falta de tempo, não pude ainda satisfazer esse desejo. Querendo agora imprimir o Regulamento, que até hoje tem sido usado sempre tradicionalmente entre nós, julgo oportuno expor aqui um rápido esboço. Isso será como o índice de um opúsculo que estou elaborando, se Deus me der vida para levá-lo a termo. Move-me a isso apenas a vontade de colaborar na difícil arte da educação juvenil. Direi, portanto, em que consiste o Sistema Preventivo, e por que se deve preferir; sua aplicação prática e vantagens.


1. Em que consiste o Sistema Preventivo e por que se deve preferir

São dois os sistemas até hoje usados na educação da juventude: o Preventivo e o Repressivo. O Sistema Repressivo consiste em fazer que os súbditos conheçam a lei, e depois vigiar para saber os seus transgressores e infligir-lhes, quando necessário, o merecido castigo. Nesse sistema, as palavras e o semblante do superior devem constantemente ser severos e até ameaçadores, e ele próprio deve evitar toda a familiaridade com os dependentes. O diretor, para dar mais prestígio à sua autoridade, raro deverá achar-se entre os dependentes e quase unicamente quando se trata de ameaçar ou punir. Esse sistema é fácil, menos trabalhoso. Serve especialmente para soldados e, em geral, para pessoas adultas e sensatas, que devem, por si mesmas, estar em condições de saber e lembrar o que é conforme às leis e outras prescrições.

Diferente e, eu diria, oposto é o Sistema Preventivo. Consiste em tornar conhecidas as prescrições e as regras de uma instituição, e depois vigiar de modo que os alunos estejam sempre sob os olhares atentos do diretor ou dos assistentes. Estes, como pais carinhosos, falem, sirvam de gula em todas as circunstâncias, dêem conselhos e corrijam com bondade. Consiste, pois, em colocar os alunos na impossibilidade de cometerem faltas.

O sistema apóia-se todo inteiro na razão, na religião e na bondade. Exclui, por isso, todo o castigo violento, e procura evitar até as punições leves. Parece preferível pelas seguintes razões:

1. O aluno, previamente avisado, não fica abatido pelas faltas cometidas, como sucede quando são levadas ao conhecimento do superior. Não se irrita pela correção feita nem pelo castigo ameaçado, ou mesmo infligido, pois a punição contém em si um aviso amigável e preventivo que o leva a refletir e, as mais das vezes, consegue granjear-lhe o coração. Assim o aluno reconhece a necessidade do castigo e quase o deseja.

2. A razão mais essencial é a volubilidade do menino, que num instante esquece as regras disciplinares e o castigo que ameaçam. Por isso é que, amiúde, se torna um menino culpado e merecedor de uma pena em que nunca pensou, e de que absolutamente não se lembrava no momento da falta cometida, e que teria por certo evitado, se uma voz amiga o tivesse advertido.

3. O Sistema Repressivo pode impedir uma desordem, mas dificilmente melhorará os culpados. Diz a experiência que os jovens não esquecem os castigos recebidos, e geralmente conservam ressentimento acompanhado do desejo de sacudir o jugo e até de tirar vingança. Podem, às vezes, parecer indiferentes; mas quem lhes segue os passos sabe quão terríveis são as reminiscências da juventude. Esquecem facilmente os castigos que recebem dos pais; muito dificilmente, porém, os dos educadores. Há casos de alguns que na velhice se vingaram com brutalidade de castigos justos que receberam nos anos de sua educação. O Sistema Preventivo, pelo contrário, granjeia a amizade do menino, que vê no assistente um benfeitor que o adverte, quer fazê-lo bom, livrá-lo de dissabores, castigos e desonra.

4. O Sistema Preventivo predispõe e persuade de tal maneira o aluno, que o educador poderá em qualquer lance falar-lhe com a linguagem do coração, quer no tempo da educação, quer ao depois. Conquistado o ânimo do discípulo, poderá o educador exercer sobre ele grande influência, avisá-lo, aconselhá-lo, e também corrigi-lo, mesmo quando já colocado em qualquer trabalho ou empregos públicos, ou no comércio. Por essas e muitas outras razões, parece que o Sistema Preventivo deve preferir-se ao Repressivo.

2. Aplicação do Sistema Preventivo

A prática desse sistema baseia-se toda nas palavras de S. Paulo: “Charitas benigna est, patiens est; omnia suffert, omnia sperat, omnia sustinet”. A caridade é benigna e paciente; tudo sofre, mas espera tudo e suporta qualquer incômodo. Por isso, somente o cristão pode aplicar com êxito o Sistema Preventivo. Razão e Religião são os instrumentos de que o educador se deve servir; deve inculcá-los, praticá-los ele mesmo, se quiser ser obedecido e alcançar os resultados que deseja.

1. Deve, pois, o diretor consagrar-se totalmente aos seus educandos: jamais assuma compromissos que o afastem das suas funções, Pelo contrário, permaneça sempre com seus alunos, todas as vezes que não estiverem regularmente ocupados, salvo estejam por outros devidamente assistidos.

2. A moralidade dos professores, mestres de oficina, assistentes, deve ser notória. Esforcem-se eles por evitar, como epidemia, toda a sorte de afeições ou amizades sensíveis com os alunos, e lembrem-se de que o descaminho de um só pode comprometer um instituto educativo. Veja-se que os alunos não fiquem jamais sozinhos. Porquanto possível, os assistentes sejam os primeiros em achar-se no lugar onde os alunos se devem reunir; entretenham-se com eles enquanto não vier um substituto; nunca os deixem desocupados.

3. Dê-se ampla liberdade de correr, pular e gritar, à vontade. Os exercícios ginásticos e desportivos, a música, a declamação, o teatro, os passeios, são meios eficacíssimos para se alcançar a disciplina, favorecer a moralidade e conservar a saúde. Mas haja cuidado em que a matéria das diversões, as pessoas que tomam parte, as falas, não sejam repreensíveis. “Fazei quanto quiserdes”, dizia o grande amigo da juventude, S. Filipe Néri, “a mim me basta não cometais pecados”.

4. A confissão freqüente, a comunhão freqüente e a missa cotidiana são as colunas que devem sustentar um edifício educativo, do qual se queira eliminar a ameaça e a vara. Nunca se obriguem os jovens a freqüentar os santos sacramentos: basta encorajá-los e dar-lhes comodidade de se aproveitarem deles. Nos exercícios espirituais, tríduos, novenas, pregações, catecismos, ponha-se em relevo a beleza, a sublimidade, a santidade da Religião, que oferece meios tão fáceis, tão úteis à sociedade civil, à paz do coração, à salvação da alma, como são precisamente os santos sacramentos. Dessa maneira, estimulam-se os meninos a querer, espontaneamente, essas práticas de piedade; haverão de cumpri-las de boa vontade, com prazer e fruto.

5. Use-se a máxima vigilância para impedir que entrem no instituto companheiros, livros ou pessoas que tenham más conversas. A escolha de um bom porteiro é um tesouro para uma casa de educação.

6. Todas as noites, após as orações de costume e antes que os alunos se recolham, o diretor, ou quem por ele, dirija em público algumas afetuosas palavras, dando algum aviso ou conselho sobre o que convém fazer ou evitar. Tire-se a lição moral de acontecimentos do dia, sucedidos em casa ou fora; mas a sua alocução não deve passar de dois ou três minutos. Essa é a chave da moralidade, do bom andamento e do bom êxito da educação.

7. Afaste-se como a peste a opinião dos que pretendem diferir a primeira comunhão para uma idade demasiado adiantada, quando em geral o demônio já se apossou do coração dos meninos, com incalculável dano da sua inocência. Conforme a disciplina da Igreja primitiva, costumava dar-se às crianças as hóstias consagradas que sobravam da comunhão pascal. Isso demonstra quanto preza a Igreja sejam os meninos admitidos mais cedo à santa comunhão. Quando uma criança pode distinguir entre Pão e pão, e revela instrução suficiente, já não se olhe para a idade, e venha o Soberano Celeste reinar nessa alma abençoada.

8. Os catecismos recomendam a comunhão freqüente: S. Filipe Néri aconselhava-a cada oito dias e ainda mais amiúde. O Concílio Tridentino diz claro que deseja sumamente que todos os fiéis, quando ouvem a santa missa, façam também a comunhão. Porém seja a comunhão não só espiritual, mas ainda sacramental, a fim de que se tire maior fruto desse augusto e divino sacrifício (Concílio Tridentino, Sess. XXII, capítulo VI).

3. Utilidade do Sistema Preventivo

Dir-se-á que esse sistema é difícil na prática. Observo que da parte dos alunos torna-se bastante mais fácil, agradável e vantajoso. Para o educador, encerra alguma dificuldade que, porém, diminuirá se ele se entregar com zelo à sua missão. O educador é um indivíduo consagrado ao bem de seus alunos: por isso, deve estar pronto a enfrentar qualquer incômodo e canseira, para conseguir o fim que tem em vista: a formação cívica, moral e científica dos seus alunos.

Além das vantagens acima expostas, acrescenta-se ainda o seguinte:

1. O aluno conservará sempre grande respeito para com o educador e lembrará com gosto a educação recebida e considerará ainda os seus mestres e demais superiores como pais e irmãos. Esses alunos, nos lugares para onde forem, serão, as mais das vezes, o consolo da família, cidadãos prestimosos e bons cristãos.

2. Qualquer que seja o caráter, a índole, o estado moral do aluno ao ser admitido, podem os pais viver seguros de que seu filho não vai piorar, e considera-se como certo que se alcançará sempre alguma melhora. Antes, meninos houve que depois de terem sido por muito tempo o flagelo dos pais, e, até, rejeitados pelas casas de correção, educados segundo esses princípios, mudaram de índole e caráter, deram-se a uma vida morigerada, e presentemente ocupam posição distinta na sociedade, tornando-se, desse modo, o amparo da família e honra do lugar em que moram.

3. Os alunos que por acaso entrassem num instituto com maus hábitos, não podem prejudicar os seus companheiros. Nem os meninos bons poderão ser por eles contaminados, porque não haveria tempo, nem lugar, nem ocasião, pois o assistente, que supomos presente, logo lhes acudiria.

4. Uma palavra sobre os castigos

Que norma seguir para dar castigos? — Por quanto possível, jamais se faça uso de castigos. Quando, porém, a necessidade o exige, observe-se quanto segue:

1. O educador entre os alunos procure fazer-se amar se quer fazer-se respeitar. Nesse caso, a subtração da benevolência é um castigo que desperta emulação, infunde coragem sem deprimir.

2. Entre os meninos é castigo o que se faz passar por castigo. Observou-se que um olhar não amável produz para alguns maior efeito que uma bofetada. O elogio quando uma ação é bem feita. a repreensão quando há desleixo, é já um prêmio ou castigo.

3. Salvo raríssimos casos, as correções, os castigos, nunca se dêem em público, mas em particular, longe dos companheiros, e empregue-se a máxima prudência e paciência para que o aluno compreenda a sua falta, à luz da razão e da religião.

4. Bater, de qualquer modo que seja, pôr de joelhos em posição dolorosa, puxar orelhas, e outros castigos semelhantes, devem-se absolutamente banir, porque são proibidos pelas leis civis, irritam sobremaneira os jovens e desmoralizam o educador.

5. Torne o diretor bem conhecidas as regras, os prêmios e os castigos sancionados pelas leis disciplinares, a fim de que o aluno não possa desculpar-se dizendo: “Eu não sabia que isso era mandado ou proibido”.

Se em nossas casas se puser em prática este sistema, creio poderemos alcançar grande resultado, sem recorrermos a pancadarias, nem a outros castigos violentos. Há quarenta anos, mais ou menos, que trato com a juventude, não me lembra ter usado castigo de espécie alguma. Com o auxílio de Deus, não só obtive sempre o que era de dever, mas ainda o que eu simplesmente desejava, e isso daqueles mesmos meninos dos quais se havia perdido a esperança de bom resultado.

P. Gio. Bosco.

© Direzione Generale Opere Don Bosco, via della Pisana, 1111 - 00163 Roma, Italia

Fonte:
http://www.sdb.org/PR/Documenti/2004/_5_10_6_4_1_.htm
________________
No Brasil:
"A Pedagogia de Dom Bosco em seus escritos", Editora Salesiana, 2004, São Paulo,
pág. 8 - 13 e 23 - 32. www.editorasalesiana.com.br

Dom Bosco

Link do vídeo: http://youtu.be/uNLpCGStYsI
NO SÉCULO 19 ELE JÁ FAZIA O QUE MUITOS TENTAM FAZER HOJE
JOÃO BOSCO, UM GRANDE EDUCADOR, SEMPRE PRESENTE NA VIDA DAS
CRIANÇAS E DOS ADOLESCENTES – EXEMPLO DE PACIÊNCIA E AMOR.

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